Na última semana, os principais jornais internacionais falaram sobre a possibilidade de não existir mais Alojamento Local em Lisboa. Depois de gerar alguns conflitos de comunicação, o Presidente da Câmara, Fernando Medina, esclareceu que não tem a intenção de acabar com esse modelo de negócio tão importante para o turismo. Tudo aconteceu quando o presidente escreveu um artigo de opinião, publicado no jornal The Independent, onde mencionou que, depois do coronavírus, “Lisboa vai livrar-se dos Airbnb e transformar os arrendamentos de férias de curta duração em casas para trabalhadores essenciais”.

Muitos investidores, proprietários de imóveis e turistas ficaram assustados com essa declaração, que gerou, inclusive, um pedido de explicação oficial emitido pela Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP). O facto é que o autarca explicou que o que quis foi comentar a impossibilidade de ter a mesma cidade depois da pandemia e que é tempo de resolver os seus problemas.

Foto do centro de Lisboa onde tem a maior concentração de Alojamento Local

Depois do burburinho e da reclamação de empresários de Alojamento Local em Lisboa, Medina reformulou as declarações e amenizou ao ponto do título do artigo no The Independent ter sido alterado. De acordo com entrevistas, afirmou: “não vou acabar com o alojamento local em Lisboa, nem sequer teria poder para tal. Foi uma interpretação abusiva, que aliás o Independent já corrigiu. O alojamento local teve uma importância para responder ao aumento da procura na cidade de Lisboa e por outro lado teve um papel na reabilitação da cidade”.

Veja as declarações do Presidente no artigo (em inglês).

Esta proibição seria uma quebra na economia do turismo altíssima, além de prejudicar a variedade de opções de alojamento na capital do país. Segundo as estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (INE), só em 2019 os alojamentos turísticos registaram cerca de 70 milhões de dormidas, dentre elas, 10 milhões foram em alojamentos locais. Lisboa é o segundo lugar mais procurado pelos turistas, ficando atrás apenas do Algarve.